quarta-feira, 29 de abril de 2009

Gripe mexicana! Epidemia ou pandemia?

Publicado no Jornal Hoje, quarta-feira, 29 de abril de 2009.
edição 5344
Adriana Guedes - mestre em neurociências e
comportamento - apguedes@usp.br

Quem quiser pode pegar e copiar, mas se for usar não esqueça de me citar ok?!

O quanto se deve preocupar com a gripe suína irá depender de quão a gripe é forte e qual seu modo de contágio. Além disso, também é importante saber qual a eficiência que o vírus possui para se espalhar. Avaliar os sintomas que as pessoas possuem, se podem estar contaminadas ou não, não é exatamente eficiente, pois um vírus possui a capacidade de se espalhar antes mesmo das pessoas apresentarem sintomas.
Uma questão intrigante para as autoridades é de que os infectados pelos vírus da gripe suína, tanto no México como nos Estados Unidos, não pareciam ter contato direto com suínos. Um fato é que os vírus suínos da gripe já saltaram dos porcos aos seres humanos há muito tempo sem causar pandemia, pois não eram bons o bastante para se espalharem.
O senhor James Wilson, chefe-científico da empresa Veratec, uma empresa de biovigilância, alertou a Organização Mundial de Saúde há um mês, informando que a comunidade de La Glória estava sofrendo de um quadro anormal de gripe e pneumonia, onde 400 pessoas foram atendidas com possíveis sintomas da doença. Em virtude dessa lentidão das autoridades mexicanas, a possibilidade da gripe ter se alastrado mais do que o necessário também é verossímil.
Muitas pessoas estão preocupadas com a possibilidade de consumo de carne suína em função da possibilidade de se contaminarem. Este vírus recebeu o nome de gripe suína, pois uma de suas proteínas de superfície é bem similar aos vírus que normalmente contaminam porcos. Isto necessariamente não quer dizer que venha dos porcos. Sabe-se também que os vírus da gripe nos suínos são susceptíveis às drogas antivirosas, mas isso é apenas mais uma esperança, pois às vezes um vírus novo pode criar resistência aos fármacos e assim não se sabe quanto tempo e qual será a eficiência das drogas.
Logicamente nunca, jamais, ainda mais com poucas informações como nós temos, pode-se descartar a possibilidade de uma pandemia. No entanto, existem medidas que são tomadas para que essa epidemia da gripe mexicana não se torne uma pandemia, e todas essas medidas têm sido tomadas. Grande parte dos países possui plantas pandêmicas, isto é, possuem medidas para que uma epidemia não se alastre mundialmente como aplicação de vacinas, drogas e distância social. O México tem se cabido de várias medidas, como proibindo recolhimentos públicos e fechando escolas, bem como áreas afetadas.
Por ser um vírus novo, o medo se alastra muito rapidamente, tem feito muitas vítimas em pouco tempo, por isso todos se preocupam com a possibilidade de uma pandemia. A gripe evolui constantemente, em geral são pequenas alterações de suas proteínas de superfície, existem diferenças consideráveis a cada ano que se fica gripado. Por isso, apesar de se ter o conhecimento de ser uma gripe, ainda assim não se pode estimar a extensão dos danos em nível mundial.
Gripe é uma doença infecciosa aguda que afeta mamíferos e aves. Em seres humanos, os sintomas são bem conhecidos. Existem algumas gripes que são mais graves e podem causar pneumonia e até a morte em crianças pequenas e idosos. A gripe espalha-se ao redor do mundo em epidemias.
No século XX tivemos três pandemias advindas do vírus influenza: a gripe espanhola (1918-1919), a gripe asiática (1957) e de Hong Kong (1968) e a gripe russa (1977).
A gripe espanhola foi um pesadelo, caracterizada por ser do tipo A, subtipo H1N1. Segundo estimativas, morreram de 50 a 100 milhões de pessoas ao redor do mundo; uma devastação que pode ser comparada à da peste negra. A pandemia da gripe espanhola espalhou-se de forma tão eficiente que alcançou o Ártico e ilhas remotas do pacífico. A poderosa gripe espanhola matou de 2 a 20% dos infectados. Isso supera em muito o potencial do HIV, que matou a mesma quantidade em 25 anos. A gripe russa de 1977 também fez 1 milhão de vítimas. Ninguém sabe ao certo qual cepa de vírus que causou essa gripe, especulam a possibilidade do subtipo H2N2.
Sabe-se da ocorrência de outras epidemias como em 1999, do H9N2, que ocorreu em Hong Kong, do H7N7 na Holanda em 2003 e 2004, H7N3 no Canadá. Agora é preciso ter paciência e esperar as informações serem liberadas pelas autoridades envolvidas e, se possível, adiar sua viagem para o México.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Rap inteligente! Onde?

No You tube, procure pelo nome LHC RAP - Brasil
Ou vai direto no link aqui:
http://www.youtube.com/watch?eurl=http%3A%2F%2Fsuper.abril.uol.com.br%2Fblogs%2Fcienciamaluca%2F127421_post.shtml&feature=player_embedded&v=NDfC7QHzMzQ&gl=US

Beijocas, Galera

Drica

Nada de mastrubação!!!!

Aparelho para tratar a incontinência urinária e anti-masturbação.
E aí você tentaria um tratamento desses? Veja no endereço:
//www.newscientist.com/article/dn16641-a-dozen-bizarre-devices-from-medicines-dark-past.html
Só de olhar assusta não é verdade. O Jugum pênis é um aparelho que foi inventado em 1880 e, se não estão enganados os dados foi utilizado até 1920, isso mesmo, utilizado, assegurava um óoooooootimo tratamento contra a incontinência noturna e, de quebra, impedia a masturbação.

Porque o horário de verão incomoda a tantos.

Adriana Pereira Guedes é psicóloga, mestre em neurociências e comportamento e professora na FAG em Cascavel.
(publicado: Jornal Hoje, Cascavel, 16 de novembro de 2003, pág 09)

O tempo não é mais um elemento importante apenas em estudos de ciências físicas. Ele passou, aos poucos a ser compreendido como um elemento importante dentro dos estudos de Psicologia e Biologia, pois está estreitamente relacionado com o desenvolvimento e funcionamento dos organismos vivos. Isto pelo fato de haver um tipo de marcador interno do tempo em nós, um relógio biológico.
A ciência que estuda o relógio biológico é chamada de Cronobiologia. Essa ciência ensina que o relógio biológico serve para entender como o tempo organiza tudo o que é vivo no mundo. Esse relógio parece ser universal e quem o controla é o nosso planeta, que gera movimentos geofísicos que contém diversas durações como dia e noite, estações do ano, etc.
J.J. Mairan foi um dos primeiros estudiosos dessa área a pensar na possibilidade da existência de um relógio biológico. A idéia surgiu da observação do movimento regular de abertura e fechamento das folhas de sentiva (provavelmente Mimosa pudica) em uma janela junto ao telescópio, Mairan resolveu levar o vaso para o porão de sua casa e colocá-lo em um baú. Em condições de ausência de luz constante percebeu que, apesar do baú fechado, o movimento de abertura e fechamento das folhas não haviam findado. A partir daí os estudiosos da época foram compreendendo que o mecanismo era endógeno.
Um pesquisador chamado Halberg, em meados de 1959, introduziu o termo circadiano, que nos estudos de ritmos biológicos refere-se aos ritmos com períodos endógenos próximo de 24 horas. Isto porque, na realidade, o dia sideral possui 23 horas, 56 minutos e 4 segundos, e o dia solar possui 24 horas e 4 minutos, não sendo constante ao longo dos anos. De acordo com alei de Kepler, o planeta possui movimento acelerado com aproximação do Sol. Tendo em vista tais fatores, resolveu-se adotar o período de 24 horas para o valor do dia solar.
Os ciclos são fenômenos que se repetem de tempos em tempos e estão relacionados com a imagem de avanço do tempo em círculos ou em espiral. Os ciclos expressam-se de forma clara nos organismos, através de hábitos diurnos e noturnos, sono e vigília, reprodução, como no comportamento social ou de organização de seres vivos com as funções celulares.
Assim, quando chega o horário de verão, e nós atrasamos nosso relógio em uma hora, não quer dizer que também estamos atrasando nosso relógio biológico, e é por isso que muitas pessoas não se sentem bem. Com o atraso do relógio em uma hora, ocorre uma demora no reajuste, ou nem ocorra de fato essa alteração em nosso organismo. Sendo assim, as diversas alterações nos esquemas corporais endógenos prejudicam significativamente o nosso sono, a produção no trabalho, no horário de alimentação, aumentando a possibilidade de acidentes de trânsito e, portanto, em nosso bem-estar.
O relógio biológico encontra-se em nosso cérebro e é controlado pelo núcleo supraquiasmático e pelo hipotálamo. Sabendo disso, muitas ciências que compõe a ‘area de neurociências interessam-se pelos estudos desenvolvidos pela cronobiologia, uma delas é a Psicologia.
O pesquisador Peter Hartocollins, em 1972, iniciou uma discussão interessante. Ele diz que a noção de tempo é resultado da integração de duas áreas do desenvolvimento psicológico: a função de ego (entendido com “eu” psicológco) e a percepção do espaço. Ou seja, ele acredita que as relações espaciais como movimento, simultaneidade e sucessão, além de estados primitivos motivacionais, fornece a explicação para o entendimento da internalização da relação como objeto, conceitos estes desenvolvidos por Freud e Melaine Klein.
Desse ponto de vista, podemos compreender porque, no Horário de verão, ocorrem muitos acidentes de trânsito, acidentes de trabalho e diminuição na produção das empresas, mas não conseguimos compreender o fato do governo manter o horário de verão, mesmo sabendo do prejuízo à saúde que esse trás para os indivíduos. Será que a economia é mais importante do que a saúde das pessoas?